quarta-feira, 20 de julho de 2011

Comida: vide a bula




 Cláudia Rodrigues

Vegetarianos ou carnívoros convictos não precisam mais brigar para saber quem está comendo melhor. O maior problema da alimentação contemporânea não se restringe às dietas específicas e embora excessos e radicalismos já venham acoplados a riscos maiores pela falta de parcimônia; doenças freqüentes e cada vez mais comuns como diabetes, obesidade, hipertensão e desencadeamentos de patologias ainda mais graves associadas a estas, estão diretamente vinculadas aos componentes utilizados nos alimentos industrializados.
Com nomes pouco compreensíveis para o consumidor e muitas vezes em letras minúsculas nos rótulos enfeitados por palavras bem maiores como “saudável”, “natural” e “integral”, esses elementos adicionados aos alimentos industrializados podem ser nocivos à saúde humana, especialmente com uso diário e abusivo.
 
O acesulfame-K
Foi aprovado pelo FDA em 1988 para ser usado em gomas de mascar, bebidas
reconstituídas, café e chá instantâneo, gelatina, flans e cremes, e para ser
vendido separadamente em pacotes. Em 1988, sua utilização foi permitida em uma
ampla gama de produtos alimentícios, como refrigerantes, por exemplo. Esse
adoçante artificial resulta da combinação química de carbono, nitrogênio,
oxigênio, enxofre e potássio.
É duzentas vezes mais doce que o açúcar. Nos portadores de diabetes severa e
entre os que tremem diante de uma colher de chá de açúcar, preenche um
importante nicho comercial. Além disso, ao contrário do aspartame, mantém a
doçura quando aquecido. Por isso é encontrado em tantos produtos de
confeitaria.
O Center for Science in the Public Interest observou que os testes de segurança
do acesulfame-K realizados na década de 1970 foram muito mal elaborados.
Estudos posteriores sugerem que essa substância química produz
câncer. O acesulfame-K é desmembrado em outra substância química, chamada
acetoacetamida, e soluções com 1 a 5% desse produto acrescentado à dieta
durante 3 meses, é o suficiente para causar tumores de tireóides em animais
usados em experimentos de laboratório. Com base nesses e em outros dados, o FDA
vem sendo repetidamente solicitada a reconsiderar sua margem de segurança.



Ácido Fosfórico


O ácido fosfórico pode ser produzido de 2 maneiras: a partir do processo
úmido ou do processo térmico (forno). No processo úmido, o minério de
fosfato minado é tratado com ácido sulfúrico e detergentes. No outro método,
o fósforo é reaquecido até se liquefazer e queimar, quando,
finalmente, adquire nova forma: o pentóxido de fósforo (P2O5). É misturado ao
ácido fosfórico em baixas concentrações e, depois de um processo de
purificação é armazenado para processamento futuro. O ácido fosfórico é
corrosivo para o concreto, para a maioria dos metais e para os tecidos.
É usado para acidificar o sabor dos refrigerantes, dos laticínios congelados,
dos produtos de padaria, das balas e dos produtos de queijo. É usado também
como sequestrante em tônicos capilares, esmaltes e substâncias para refrescar
a pele. Por mais estranho que seja, foi acrescentado recentemente à água
potável em Winnipeg - não porque a água potável necessitasse de um pouco
mais de travo, mas como forma de contornar o problema do acúmulo de chumbo nos canos dos esgotos.
Aparentemente, com o tempo, o chumbo se acumula nos canos e o
ácido fosfórico retarda sua reação e liberação na água.
Pode retirar o cálcio, excretando-o do organismo. Quando o organismo perde
cálcio, retira o que precisa dos ossos. Ocorre a "Síndrome dos ossos
quebradiços" em mulheres, associada ao consumo de refrigerantes - essa
doença é considerada resultado da perda de cálcio devido ao ácido fosfórico
encontrado nos refrigerantes.
Os fosfatos são essenciais para a saúde, sobretudo o fósforo. As
vitaminas do complexo B, niacina e riboflavina, nem são digeridas na ausência
do fósforo. Ele também é necessário para a formação de ossos, dentes e
músculos saudáveis e faz parte do DNA e RNA. O fósforo regula o metabolismo
da energia, ajuda o organismo a absorver glicose e controla o equilíbrio do pH
no organismo.
Para obter fosfatos basta ingerir alimentos como peixes, ovos, aves,
feijão e nozes.



Aspartame 

É uma substância química inventada acidentalmente no final da década de
1960. É de 180 a 200 vezes mais doce que o açúcar. O aspartame é sintetizado
a partir da 1-fenilalanina e do L-ácido aspártico.

Foi aprovado pela FDA, mas retirado do mercado quando se descobriu
que a Searle, seu fabricante, ocultara indícios de danos gerados pelo produto.
Sua redenção veio alguns anos depois, por meio de ligações políticas do CEO
da empresa, Donald Rumsfeld. Hoje é usado como alternativa para o açúcar sob
a forma de pó e como um dos adoçantes mais comuns das bebidas.

Quando aquecido a 30 graus Celsius o aspartame se degrada, transformando- se em
ácido fórmico, metanos e formaldeído. Os efeitos químicos relatados do
aspartame foram tonteira, alucinações, urticária e dores de cabeça. Os
fenilcetonúricos, bem como gestantes e lactantes devem evitá-lo. Pessoas
sensíveis ao glutamato monossódico também podem ser sensíveis ao aspartame.
John Olney observou recentemente no Journal of Neuropathology and
Experimental Neurology que "o adoçante artificial aspartame é um
candidato promissor para explicar o recente aumento na incidência e no grau de
malignidade dos tumores cerebrais. Entre os indícios dos males do aspartame,
estão a altíssima incidência de tumores cerebrais em camundongos aos quais se
administrou aspartame, comparados à inexistência de tumores no grupo de
controle e a recente descoberta de que a molécula do aspartame tem potencial
mutagênico".
O aspartame provoca a ira dos cientistas que defendem veementemente seu caráter
letal; no entanto, um grupo também numeroso insiste que a substância é
absolutamente benígna.


BHA e BHT

Butil-hidroxianisol (BHA) e butil-hidroxitoluen o (BHT) são compostos
fenólicos que existem como cera sólida e são sintetizados pela reação do
p-cresol com o isobuteno.

Essas substâncias químicas são adicionadas aos alimentos como conservantes, a
fim de impedir a rancificação da gordura. São usadas para o mesmo propósito
em cosméticos, produtos de borracha, produtos derivados do petróleo,
termoplásticos e materiais de embalagem. Nos rótulos dos alimentos, diz-se que
são usados para "manter o produto fresco". Seu uso porém é totalmente
desnecessário. Essas substâncias podem ser substituídas por antioxidantes
mais seguros, como a vitamina E, ou simplesmente não serem usadas.


Por ser lipossolúvel, o BHT é armazenado nos tecidos por um longo período de
tempo. Essas duas substâncias químicas também interferem na coagulação
sangüínea e a International Agency for Research on Cancer as considera
carcinogênicas. Alguns dados científicos mostraram que causam câncer em
alguns casos,mas não em outros. Porém o Dr. Saito e alguns colegas relataram
muito claramente no periódico Anticancer Research que BHA e BHT produzem grande
"citotoxidade (gera câncer) e indução de apoptose (causa morte celular)".


Bisfenol-A (BPA)

O bisfenol é um composto utilizado na fabricação do policarbonato para obter um tipo de plástico rígido e transparente. Além de ser usado em embalagens de alimentos é usado no revestimento de latas para evitar a ferrugem. As ligações químicas entre as moléculas de BPA são instáveis e no caso do aquecimento ou congelamento do plástico, a contaminação é maior. Mamadeiras de plástico, copos infantis, matérias médicos e dentários, garrafas reutilizáveis de água e garrafões contêm BPA. É tóxico mesmo em baixas quantidades e foi aprovado por pesquisas patrocinadas pela indústria que o utiliza. Provoca interferência no sistema endócrino e mimetiza hormônios, sendo mais prejudicial ao sistema reprodutivo.
Fetos e bebês são os mais vulneráveis aos efeitos do bisfenol. Estudos independentes da indústria realizados nos últimos anos associaram o bisfenol-A a uma maior incidência de obesidade, cânceres de mama e próstata, puberdade precoce ou tardia, anormalidades do fígado em adultos e problemas cerebrais e hormonais em crianças.




10 comentários:

  1. Eu concordo, em genero, numero e grau....no livro que estou lendo Anticancer tb fala muito disso.
    Muito legal o post.
    Isabela Beato
    http://fixacaofeminina.blogspot.com
    http://lojababylandiamatao.blogspot.com

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  2. Gostei muito da matéria e aproveito para sugerir uma alternativa em substituição ao aspartame de maneira saudável; é a sucralose, derivada da cana de açúcar, doce feito mel, não metaboliza no organismo e sai através do xixi em 24horas. Existem várias marcas sendo comercializadas nos principais mercados e lojas de produtos naturais.
    Gal Fuchs

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  3. É por isso que bom mesmo é fazer as coisas em casa e radicalizar nos industrializados. Sair da zona de conforto e passar um tempo na cozinha pode ser difícil no começo, mas acaba acostumando e vale muito a pena, principalmente quando alimentamos crianças!
    Michele

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  4. Muito bom, Claúdia!Gostaria da sua permissão para divulgar este texto por e-mail para amigos e familiares; tudo bem?
    Sou a Maíra, materno três crianças: Nina, 10 anos, Gabriel, 3 anos e Iuri 6 meses. Muito me preocupo com o que que como e com o que ofereço à minha prole.
    Escrevo no; www.minhacasaminhaalma.blogspot.com
    Moro em Brasília e sou amiga da gab (família Nesguinha).
    Valeu e até breve!
    Maíra

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  5. Como sempre... muito bom mesmo!
    Não sai no Fantástico, nem em lugar nenhum... MAs que acontece, acontece!

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  6. Claudia
    Como sempre- muito bom! Recebi pela lista da Permear e vim aqui conferir... É verdade que não sai no Fantástico... mas também é verdade que a contaminação está ai!!! Gracias pelo artigo!
    Suzana

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  7. "Olá também gostaria de sua permissão para divulgar esse texto. Desde já agradeço pela atenção. Meu face é denissonseixas@hotmail.com."

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