sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Li no insta: "Os finais doem mas os recomeços curam"


Cláudia Rodrigues

A frase pode ser lida de muitas formas, preto & branco e furta-cor.
 Caso 1- Atinge de tal forma o plexo que a pessoa imagina uma queda total de força, blecaute, paranoias de que haverá um desabamento e então encapsula-se ainda mais no não aniquilamento em que já vive. Não há saídas, imaginar finais é imaginar fim da linha, fim da picada, precipício, tsunami, aniquilamento total.
Caso 2- Pode atingir via medo paralisante, não está doente, não há o que curar, fim é sempre ruim, fim lembra separação, perda, foco no que foi, nostalgia, fim é doença, então não há como trocar não doença por cura incerta. Há saídas, mas não parecem seguras, o aperto no peito não vira borboletas na barriga.
Caso 3- Pode cair no modus operandi competitivus, em que recomeços e finais interagem em sincronia e caos conjunto, assim não haveria porque contrapor finais a recomeços, posto que seriam continuidade em crescimento exponencial. A "saída" é uma grande viagem sideral entre o ideal da simbiose, da vida sem dor, de risco calculado e a raiva que vem da necessidade de individuação nata do ser humano.
Real oficial é que na natureza nada se cria, nada se forma...Assim a maçã amadurecerá e inegociavelmente cairá recomeçando do seu total aniquilamento como semente fadada a crescer de si mesma, se transformando ela própria em árvore geradora de frutos.
Todo final de fase, de ciclo, gera criação, transformação e ainda que seja continuidade, aniquila verdades anteriores.


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