Peça reúne artistas que conviveram com moradores de rua e crianças que vivem em abrigos.
Cláudia Rodrigues
É a vida a céu aberto, de noite e de dia o pão, a água, a missão de sobreviver aos próprios sonhos. Nascimento, cotidiano , polícia, política e morte, eis alguns dos temas pinçados pelo Das Flor.
A diretora Luciane Panisson elaborou com o grupo uma história não-linear, explorando os sentimentos e sensações dos artistas e da plateia que mergulha em questões éticas e estéticas. É tocante, acelera o coração, tem perplexidade sem perder o ritmo. Ponto alto é o dos corpos nus, que aparecem sem qualquer artifício, sem malha, sem performances sob o som da sirene policial e trazem à luz a nudez cotidiana das indignidades humanas.
A cenografia é inteligentíssima com objetos-dobras em papel, criados pelo artista Álvaro Villaverde, que integra o elenco ao lado de Juliano Barros, Roberta Alfaya, Marcos Rangel e Fabíola Rahde. A trilha sonora é composta por Eloy Fristch, que mistura paisagens sonoras e composições eletroacústicas; o figurino é da artista plástica Margarida Rache e é construído a partir do principio da reciclagem de materiais.
A experiência cênica e musical baseada na convivência com moradores de rua e crianças que vivem abrigos, resultou em apresentação dos alunos em um primeiro momento. O grupo de artistas também aprendeu e trouxe dessa experiência um espetáculo teatral visceral.
O espetáculo Das Flor será apresentado gratuitamente no Theatro São Pedro no dia 28 de novembro, quinta feira, às 21h em apresentação única.

O projeto Das Flor foi contemplado pela Fundação Nacional de Artes – FUNARTE no edital Prêmio Procultura de Estímulo ao Circo, Dança e Teatro 2010 e conta com o apoio da Secretaria de Segurança do Estado do RS, Secretaria da Cultura do Estado do RS, Theatro São Pedro e da Casa de Cultura Mario Quintana.
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