Direitos a uma certa autonomia
A descoberta da autonomia pode ser marcada por auto-confiança, segurança básica e direito à singularidade. Também pode ser à base de medos, insegurança e submissão.
A criança entre 2 e 4 anos necessita deixar de ser tratada como um bebê. Ávida por uma certa autonomia, quer lavar as mãos sozinha, escolher a roupa que vai vestir, tentar vestir, frustrar-se, buscar e só então obter ajuda.
“Muitas vezes os adultos tratam as crianças de 2, 3,4 anos, com autoritarismo e mimos, bobeando-as, distraindo-as como se fossem bebês, mas essas atitudes não são adequadas pois boicotam o desenvolvimento da autonomia”, diz Cristina Cypreste, psicoterapeuta infantil.
Ocorrem com frequência porque é mais “prático” fazer pelas crianças do que deixá-las livres para tentar fazer coisas por si mesmas. Na pressa do cotidiano é fácil esquecer que eles estão crescendo, que já não se pode escolher tudo sob a óptica do adulto.
Tentativa e erro
Trepar em cercas, subir e descer degraus sozinha, pular de algumas elevações, segurar objetos quebráveis; consciente que são quebráveis, utilizar tesoura sem ponta, tentar abotoar roupas e calçar sapatos são algumas das atitudes que fortalecem a autonomia das crianças entre dois e quatro anos. É preciso muita paciência e alguns minutos a mais de espera para permitir que o pequeno tente colocar uma roupa, por exemplo, mas é importante para ele tentar. “Quando o adulto percebe que está difícil para a criança e invade, executando o movimento, a criança vive um sentimento de boicote à autonomia”, diz Cypreste. Tentar e errar, tentar até acertar é um direito da criança e ela precisa de tempo e espaço para avançar em suas habilidades.
Somatizando a falta de autonomia
Uma criança que não consegue tomar atitudes simples, que é boicotada em seu desejo de explorar o mundo, ou uma outra, hiperinvestida, exato oposto do primeiro caso, podem desenvolver reações somáticas semelhantes. Uma das reações psicossomáticas mais comuns refere-se ao controle e descontrole dos esfíncteres. Não é incomum que crianças de quatro anos, que já haviam aprendido a controlar os esfíncteres passem a escolher horários e locais absolutamente impróprios para esquecerem-se de usar o banheiro. “ A criança faz isso para pontuar os pais e pelo menos essa vontade ela pode controlar e descontrolar quando quiser”, diz a psicóloga Tatiana Bezerra. Mas quando uma criança faz obras com suas fezes, não tem consciência do que está fazendo. Age inconscientemente, sempre em busca de mais saúde emocional. Embora nem de longe se deva esquecer os bons limites, uma certa autonomia deve ser concedida para que os pimpolhos não se sintam traídos em suas necessidades mais profundas de evolução.
Não sei como vim parar aqui. Mas acho que compartilhamos algumas idéias! Gostei do seu texto. Parabéns! Vou acompanhar, ok?
ResponderExcluirOi Angela, seja bem-vinda!
ResponderExcluirEstamos na fase da arte! Arteira minha caçula, foi bom reler esse aqui! Beijos grandes
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