domingo, 31 de janeiro de 2010

La Bündchen é mulherão

Por Cláudia Rodrigues Ok, confesso que tenho críticas ao mundo da moda e crio as filhas com uma espécie de antibateria para eventual entrada no mundo fashion. A ruiva Gaia, aos 17 anos, tem o biótipo da moda; alta, magérrima mesmo comendo de tudo e com vontade, já foi abordada pelos picaretas de shoppings e bienais e nem se envaidece. Fico feliz de vê-la tocando teclado e violão em suas roupinhas casuais, tirando notas altas, preocupada em estudar e trabalhar. É tempo de investir no mundo de dentro para fora, pessoalizar-se, ter a "cabeça feita", como se dizia antigamente. Tami, moleca em pessoa, aos 7 anos, nem sabe o que é “Lilicamipilica” e ri do trocadilho inocentemente. Em 2010 resolveu usar a parte de cima do biquíni porque todas as meninas da idade dela usavam, por acaso do destino encontrou Ritinha em Flops, um ano mais velha e na primeira incursão desistiu de vez passando o verão inteiro de topless outra vez, afinal havia encontrado uma amiga com mais alguma coisa rara em comum: o rosa não é a cor favorita delas. Comemoro a cabeça feita de Gaia, que declina de convites para desfilar, ser princesa e garota da escola e a inocência da Tami porque vejo nesses princípios a fundamentação de uma ética pessoal que vai pelo resto da vida delas e que tem tudo a ver sim com parir, amamentar, dar conta da vida como a vida é, independentemente do quanto sejam belas, de quanto dinheiro possam ganhar, do quanto sucesso venham a ter seja no que for. Eis que no meio dessa Bigbrother pista única que vive o mundo, de onde insisto em mostrar estradinhas vicinais para meus filhos, surge Gisele Bündchen, soberana de seu corpo de mulher ao escolher parir por amor na banheira de sua casa. Hahahaha digam o que quiserem, agora sou fã da Gisele Bündchen e vou ao fim do mundo para que ela conceda uma entrevista ao Matrioskas, documentário sobre o parto no Brasil que Michele e eu estamos fazendo. Já conversamos, o documentário é sobre mulheres comuns, mulheres especialmente humanizadas que vêem no parto o primeiro contato dos seus filhotes com o mundo e tentam preservá-los dos excessos do tecnicismo que impede a honraria da privacidade, a mesma privacidade que todos os outros mamíferos, exceto os humanos, jamais abriram mão. Definitivamente Gisele é especialmente humanizada. Uma pena que as notícias já tragam a experiência do parto na água, que ela viveu, como modismo. Puríssima verdade que modismo é cesariana agendada; viver um parto ativo, dentro de casa nem pode virar modismo, exige muita informação, contato real com o corpo, sentimentos e uma visceralidade que não é fácil de encontrar no mundo da moda e dos artistas contemporâneos. Bem, no final das contas hoje é um dia de rever conceitos, não perco a entrevista no Fantástico (sim, hoje verei até o Fantástico) dessa Cássia Eller da moda. Bem vindo à Terra Benjamim, tu viestes de um terreno fértil, chegas em boas mãos e terás todo leite que mereces; o leite de quem te pariu com muito raça, com muita graça. La Bündchen é mulherão Ok, confesso que tenho críticas ao mundo da moda e crio as filhas com uma espécie de antibateria para eventual entrada no mundo fashion. A ruiva Gaia, aos 17 anos, tem o biótipo da moda; alta, magérrima mesmo comendo de tudo e com vontade, já foi abordada pelos picaretas de shoppings e bienais e nem se envaidece. Fico feliz de vê-la tocando teclado e violão em suas roupinhas casuais, tirando notas altas, preocupada em estudar e trabalhar. É tempo de investir no mundo de dentro para fora, pessoalizar-se, ter a cabeça feita, como se dizia antigamente. Tami, moleca em pessoa, aos 7 anos, nem sabe o que é “Lilicamipilica” e ri do trocadilho inocentemente. Em 2010 resolveu usar a parte de cima do biquíni porque todas as meninas da idade dela usavam e por acaso do destino encontrou Ritinha em Flops, um ano mais velha, na primeira incursão desistiu de vez passando o verão inteiro de topless outra vez. Comemoro a cabeça feita de Gaia, que declina de convites para desfilar, ser princesa, rainha e garota da escola e a inocência da Tami porque vejo nesses princípios a fundamentação de uma ética pessoal que vai pelo resto da vida delas e que tem tudo a ver sim com parir, amamentar, dar conta da vida como a vida é, independentemente do quanto dinheiro ganhem, do quanto sucesso venham a ter seja no que for. Eis que no meio dessa Bigbrother pista única que vive o mundo, de onde insisto em mostrar estradinhas vicinais para meus filhos, surge Gisele Bündchen, soberana de seu corpo de mulher ao escolher parir por amor na banheira de sua casa. Hahahaha digam o que quiserem, agora sou fã da Gisele Bündchen e vou ao fim do mundo para que ela conceda uma entrevista ao Matrioskas, documentário sobre o parto no Brasil que Michele e eu estamos fazendo. Já conversamos, o documentário é sobre mulheres comuns, mulheres especialmente humanizadas que vêem no parto o primeiro contato dos seus filhotes com o mundo e tentam preservá-los dos excessos do tecnicismo que impede a honraria da privacidade, a mesma privacidade que todos os outros mamíferos jamais abrirão mão. Definitivamente Gisele é especialmente humanizada. Uma pena que as notícias já tragam a experiência do parto na água, que ela viveu, como modismo. Puríssima verdade que modismo é cesariana agendada; viver um parto ativo, dentro de casa nem pode virar modismo, exige muita informação, contato real com o corpo, sentimentos e uma visceralidade que não é fácil de encontrar no mundo da moda e dos artistas em geral. Bem, no final das contas hoje é um dia de rever conceitos, não perco a entrevista no Fantástico (sim, hoje verei até o Fantástico) dessa Cássia Eller da moda. Bem vindo à Terra Benjamim, tu viestes de um terreno fértil, chegas em boas mãos e terás todo leite que mereces; o leite de quem te pariu com muito raça, com muita graça.

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